Hoje estou poeta
Clotilde Tavares | 14 de agosto de 2010
VINDIMA
Poema de Clotilde Tavares
Espero a madrugada,
por entre os cajueiros
e fiapos persistentes de noite.
A violenta calma
amadurece os frutos
concentra a seiva
e diz:
– Espera.
Faz frio. Mas o sol que não vejo
mantém líquida a lágrima.
O leite está morno e a saliva
ainda é doce.
Estou calma. E espero.
A ilustração é a Imperatriz, Arcano III do Tarot, desenhada por Robert M. Place.
Achei aqui.
Adorei o seu solilóquio poético! Parabéns pela beleza de estilo que vc mantém na prosa (e, também, na poesia, pelo prazer do poema que agora li). Fiquei muito feliz em viajar com você: que viagem agradável, uma alegria sua companhia! Adorei a indicação do Ceboleiro: vou comer aquele pirão maravilhoso (da foto) muito em breve! Comentarei com vc. Se puder, manda umas fotos da gente na expô nipônica… Bjos, saudades, Cardosinho.